segunda-feira, 5 de abril de 2010

Como Barrabás viu a cruz!!!

Eu estava preso, eu pertencia aos Zelotes, e recentemente havia estado num motim contra Roma, e neste motim, acabei matando um homem, mas eu fazia isso sempre, aliás, com os anos aprendi a gostar de motins e a gostar das mortes que ele gerava, adorava vê-los cair, rsrsrsr, romanos sórdidos, insolentes.

Mas, acabei sendo preso e na prisão me sentia o mais miserável dos homens, sentimentos como revolta e pavor me vinham constantemente.

Enquanto estava esperando o soldado vir me buscar para ser crucificado, percebi que meu nome era gritado por uma grande multidão.


Sei que havia um alvoroço nas ruas de Jerusalém naqueles dias por alguma razão, mas Jerusalém por ser uma pequena cidade era bem alvoroçada, por isso ninguém se impressionava muito quando tinha alvoroços.

Para mim aquele barulho era diferente, naquele dia ouvi meu nome ecoando na boca do povo que gritava, em polvorosamente:

- Barrabás, Barrabás.

Eles falavam mais algumas coisas, mas eu não conseguia ouvir direito, da onde eu estava na Fortaleza de Antonia, não conseguia ouvir aquilo que era falado em tom mediano, apenas o que era esbravejado, meu nome, ouvia de forma clara:

- Barrabás, Barrabás.

Confesso que quando escutei meu nome, senti-me grande, pensei:

- Meus amigos os zelotes, vieram me buscar. Fiquei feliz, muito feliz, mas a alegria durou pouco, logo tudo ruiu como um castelo de areia.

Após ouvir meu nome, ouvi o que não queria ouvir, o povo gritando:

- Crucifica-o, Crucifica-o.

Forcei meus ouvidos, e ouvi novamente:

- Barrabás, Barrabás

E depois:

- Crucifica-o, Crucifica-o.

Eu já tinha sido julgado e condenado, estava esperando a morte, mas agora ouvi todo o povo dizendo meu nome e depois Crucifica-o, me angustiei muito, e fiquei aguardando a minha hora final.

Eu tinha errado, e agora iria pagar pelo meu erro, iria morrer na cruz, para pagar pelo meu pecado, enquanto estava perdido em minhas culpas, temores e naquela sensação horrível da presença da morte.

Ouvi o guarda com correntes nas mãos chamar meu nome, com voz forte, enquanto entrava cela á dentro:

- Barrabás, Barrabás.

Estendi as mãos esperando que ele me levasse para minha sentença. Pensava eu:

Eu vou morrer na cruz para pagar por meus erros. Esse é o clamor do povo.

Foi quando o guarda olhou firme nos meus olhos e me disse:

- Levante a cabeça rapaz, você nasceu de novo.

- Alguém aceitou morrer na cruz em seu lugar. Jesus de Nazaré, aceitou assumir a sua cruz, vá embora você está livre.

Naquela hora não sabia o que fazer, se sorria, chorava, corria ou me continha, o que posso dizer é que fiquei impressionado com o fato de alguém aceitar morrer por mim.

Sai rápido da prisão, uma parte de mim, me dizia para sair correndo para o mais longe possível dali.

Mas outra parte de mim, me impelia para conhecer o homem que tinha aceitado morrer em meu lugar.

Não entendi direito os sentimentos que me vieram, até chegar ao lugar da caveira, ali fui confrontado com aquele que aceitou morrer em meu lugar, morrer na cruz.

Na cruz que era minha.

Ali pude ver seu olhar, era sereno, amoroso, brando e amigável.

Ele não me disse nenhuma palavra, mas eu entendi sua mensagem.

Para mim, foi como se ele me dissesse: -

- Vai em paz, rapaz, eu aceitei morrer em teu lugar.

- Vá em paz

- Vá em paz

- Vá em paz, sua cruz, agora é minha, - -

- Vá em paz!!!

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Cristão, pastor, pai, filho, esposo, amante e amado.

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